Dra. Graciela Brum – Oftalmopediatra CRM 27173 RQE 17892 – Atendimento em Porto Alegre
A conjuntivite alérgica pode acontecer quando o olho entra em contato com pó, ácaros, substâncias presentes em vegetais (como pólen ou líquidos), pelo de animais, medicações ou qualquer coisa que possa causar alergia.
A alergia ocular é mais frequente nas crianças que apresentam outros sinais de alergia, como rinites, bronquites, dermatites, asma, etc. O principal sintoma da alergia nos olhos é coceira. Mas também podem estar presentes, como lacrimejamento, olho vermelho, ardência, sensação de areia, piscar com maior frequência.
A ambliopia é conhecida popularmente como “olho preguiçoso” e possui tratamento, desde que diagnosticada precocemente. A criança que tem baixa visão em um dos olhos geralmente não demonstra desconforto ou dificuldade de enxergar, por isso é tão importante a realização de exames oftalmológicos periódicos.
Diversos fatores podem causar a ambliopia, como o estrabismo, catarata ou queda da pálpebra, mas a principal causa, que é a refracional (graus fortes ou diferença de grau entre os olhos) é na maioria das vezes silenciosa. Através do exame de rotina é possível que o oftalmologista encontre o problema e inicie o tratamento adequado a tempo de evitar a ambliopia, que depois dos 7-8 anos de idade pode ser irreversível.
É muito importante que os tratamentos tenham início o mais cedo possível, para melhores resultados.
Ou seja: cuidar da função visual desde cedo para garantir visão de qualidade no futuro.
A catarata acontece quando o cristalino fica opaco. As causas mais frequentes na infância são: anomalia de desenvolvimento, hereditária ou infecciosa e traumáticas. Entre as causas infecciosas estão rubéola, toxoplasmose e sífilis materna. Em crianças a catarata pode ser unilateral ou bilateral. Pode ainda ocorrer como doença isolada ou associada a outras malformações oculares e sistêmicas. A opacificação do cristalino pode variar, indo desde parcial até muito densa e comprometendo todo o cristalino.
Sabemos que quanto maior o grau de miopia, maiores são as chances da saúde ocular ser afetada no futuro (quanto maior a miopia mais chance de: DESCOLAMENTO DE RETINA, GLAUCOMA, CATARATA PRECOCE, entre outras…). Portanto, na infância, é interessante tentarmos fazer com que a progressão do grau seja menor possível. Hoje em dia temos alguns recursos que podem ajudar a “segurar a progressão do grau”. O tratamento e controle da progressão da miopia pode ser realizado através de colírios, lentes especiais de óculos e/ou lentes de contato especiais.
A diplopia, ou simplesmente “visão dupla” , é uma condição em que a pessoa enxerga duas imagens em vez de uma.
Entre as doenças que podem levar à visão dupla estão aneurismas, tumores cerebrais, acidente vascular cerebral, doenças da tireoide, estrabismos, paralisia de nervos cranianos, doenças na córnea, catarata e erros refrativos não corrigidos.
A visão dupla pode ser monocular, quando afeta apenas um dos olhos e binocular, quando afeta os dois olhos. A diplopia monocular ocorre quando há distorção da transmissão da luz até a retina, gerando duas imagens. Uma das imagens é normal e a outra de qualidade inferior. A Diplopia monocular na maioria das vezes está relacionada com problemas na retina.
A diplopia binocular ocorre quando os olhos estão desalinhados. A pessoa enxerga duas imagens nítidas e de boa qualidade. Contudo, o cérebro não consegue “juntar” em uma única. Muitas vezes, a pessoa tenta compensar a visão dupla girando ou inclinando a cabeça ou fechando um dos olhos.
O mais importante é entender que o surgimento da diplopia é um sinal de alerta para procurar ajuda médica assim que possível. O tratamento vai depender da causa e pode ser necessário uso de óculos especiais (com PRISMAS), cirurgia para correção de estrabismo (quando estiver indicada) e /ou toxina botulínica.
A alteração mais frequente nas vias lacrimais em bebês é a famosa obstrução congênita do ducto nasolacrimal. Ocorre em cerca de 5% dos bêbes e a grande maioria melhora espontaneamente no primeiro ano de vida. Pode ser realizada massagem de Crigler para ajudar a abrir o ducto e caso não resolva pode ser realizada a sondagem de vias lacrimais para a resolução do quadro.
A doença infecciosa mais frequente e comum nos olhos durante a infância são as conjuntivites. Podemos dividir as conjuntivites infecciosas em bacterianas e virais. Durante o exame presencial conseguimos diferenciar os diferentes tipos para iniciar o tratamento mais eficaz. Outras doenças infecciosas podem acometer o olho e causar uveítes, coriorretinites, celulites, entre outros.
Miopia, Hipermetropia e Astigmatismo são os chamados erros de refração e quando a criança apresenta algum desses “tipos de grau” pode ser indicado óculos.
Vale lembrar que é esperado que a criança apresente “ algum grau” de hipermetropia enquanto o olho está se desenvolvendo. Portanto, quando o oftalmologista diz que a criança tem um pouquinho de hipermetropia não necessariamente ela vai precisar de óculos.
Estrabismo é qualquer desalinhamento dos olhos. Estima-se que 4% da população apresente desvios oculares. Existem muitos tipos diferentes de estrabismo.
O estrabismo é mais comumente descrito pela direção do desalinhamento dos olhos. Tipos comuns de estrabismo são esotropia (desvio interno do olho), exotropia (desvio externo do olho) e hipertropia (desvio do olho para cima).
O estrabismo também pode ser descrito por sua causa. Três nervos cranianos (III, IV, VI) são responsáveis pelos movimentos oculares e, quando estão fracos ou paralisados, causam estrabismo. Alguns exemplos desse tipo de estrabismo incluem paralisia do terceiro nervo (III) e paralisia do oblíquo superior (IV).
Padrões especiais de estrabismo podem ter nomes únicos, como a síndrome de Brown e a síndrome de Duane.
Esotropia é o desvio interno dos olhos (em direção ao nariz). Os tipos de esotropia incluem esotropia infantil, esotropia acomodativa (relacionada à hipermetropia) e paralisia do sexto nervo. Exotropia é o termo usado para descrever o desvio externo dos olhos (Figuras 1 e 2).
Os termos hipertropia e hipotropia são usados para descrever o desalinhamento vertical. A hipertropia é quando o olho desvia para cima. Hipotropia é quando o olho desvia para baixo.
O objetivo do tratamento do estrabismo é melhorar o alinhamento dos olhos, permitindo que os olhos trabalhem melhor juntos (visão binocular). Para o tratamento podem ser indicados óculos, exercícios oculares, prisma e / ou cirurgia de estrabismo. Os problemas associados ao estrabismo (incluindo ambliopia, ptose e catarata) são geralmente tratados antes da cirurgia do músculo ocular.
Gosto muito de adaptar lentes de contato em crianças e adolescentes e incentivo muito este uso, desde que bem indicado.
Em alguns casos, como aqueles operados de catarata congênita ou anisometropias (diferença de grau entre um olho e outro) muito grandes, até os bebês podem usar lentes de contato.
Sobre o uso de lentes de contato, o tipo indicado vai depender das características da córnea de cada paciente e das atividades que as crianças e adolescentes querem praticar com as lentes, entre outros fatores.
Antes de iniciar o uso das lentes de contato, é necessário passar por uma consulta comigo para avaliar qual tipo de lente é mais indicada para o seu filho. Se ele gostar da ideia, é importante que os pais ou responsáveis monitorem os cuidados na colocação, tempo de uso, armazenamento e higiene para que elas não prejudiquem a saúde ocular do seu filho.
É um teste realizado pelo Pediatra na maternidade ou no consultório que avalia o reflexo vermelho dos olhos dos bebês que deve ser homogêneo e simétrico nos dois os olhos.
O exame é simples, indolor e consiste na visualização de um reflexo vermelho que aparece quando se ilumina o olho do bebê com um aparelho chamado oftalmoscópio.
O normal é que o reflexo seja vermelho ou alaranjado nos dois olhos de forma simétrica. Se o teste não estiver normal ou estiver duvidoso, o bebê deve ser avaliado por um oftalmologista o mais brevemente possível (de preferência em no máximo 15-20 dias).
O teste pode detectar doenças que causem opacidade dos meios transparentes do olho, como cataratas, alterações congênitas de córnea, glaucoma, tumores intraoculares, entre outras alterações.